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OS TESTES PROJETIVOS EM PERÍCIAS PSICOLÓGICAS

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16/10/2018 - Artigos

OS TESTES PROJETIVOS EM PERÍCIAS PSICOLÓGICAS

OS TESTES PROJETIVOS EM PERÍCIAS PSICOLÓGICAS

OS TESTES PROJETIVOS EM PERÍCIAS PSICOLÓGICAS

 As pericias psicológicas consiste em avaliações psicológicas direcionadas para responder demandas específicas, sejam estas oriundas do contexto judicial ou extrajudicial.   Neste artigo amplio o termo perícias para as demandas de avaliações que apresentam configurações similares com as das perícias psicológicas mais tradicionais, como: as avaliações para porte e concessão de arma de fogo; avaliações de aptidão psicológica para CNH no trânsito; as demandas avaliativas em contexto de saúde –cirurgias bariátricas, laqueaduras, vasectomias; avaliações psicossociais do trabalho; avaliações psicológicas de pilotos; avaliações administrativas em saúde do trabalhador de instituições públicas/privadas; além das demandas judiciais na áreas da justiça civil, do trabalho e penal.  

Em todas estas demandas perícias, o profissional deve planejar a avaliação psicológica e a escolha dos instrumentos e métodos investigativos considerando uma série de fatores como o número reduzido de encontros, os papéis assumidos pelas partes, profissional e examinandos, que não se confundem com atendimentos de cunho clínico, por exemplo.  As motivações e interesses do examinando em relação aos resultados do exame psicológico, o que pode influenciar na tendenciosidade de suas respostas e desempenho nos instrumentos psicológicos utilizados. Então, na escolha dos testes o profissional deve escolher instrumentos que possibilitem avaliar indicadores e construtos psicológicos que diminuam a possibilidade de respostas tendenciosas pelos interesses e expectativas dos examinandos no processo.  Por isso, os chamados testes psicológicos projetivos são amplamente utilizados pelos psicólogos em demandas perícias. 

Os testes projetivos, fazem parte de uma classificação de instrumentos psicológicos denominados por alguns autores de testes de desempenho. Podemos dividir os testes de desempenho em dois grandes grupos, os chamados testes expressivos, como os testes de personalidade Palográfico e o PMK, e os testes projetivos da personalidade.  Os testes de desempenho são amplamente utilizados em perícias psicológicas, pois permitem avaliar construtos psicológicos diversos, desde indicadores de habilidades cognitivas, dinâmica afetiva, traços de personalidade, indicadores neurológicos e de transtornos psicológicos, com menor influência voluntária dos examinandos. 

Os chamados testes projetivos são aqueles que envolvem o uso de estímulos relativamente ambíguos, aos quais o sujeito estará livre para responder de maneira altamente individualizada. Permitem que o indivíduo imponha em suas respostas, seja contando uma história, descrevendo o que está percebendo, dando sentido ao estímulo ambíguo, a estrutura e dinâmica de sua personalidade, suas necessidades, conflitos, indicadores de adaptação, de instabilidade/estabilidade emocional, entre outros. 

Entre os principais testes projetivos utilizados atualmente nos contextos periciais, destacamos os testes: HTP (testes da Casa-árvore-pessoa); Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister (Pfister) nas versões criança, adolescente e adultos; os testes de apercepções temáticas como TAT, CAT-A, CAT-H; teste de personalidade Zulliger; e o Teste Rorschach da personalidade;   

A utilização dos testes projetivos em perícias apresenta muitas vantagens para o processo investigativo, permitindo de forma rápida e segura o levantamento de dados sobre processos e construtos psicológicos importantes para decisão pericial. Mas as informações levantadas nestes instrumentos não podem fundamentar de forma isolada esta decisão. É necessário que o profissional tenha habilidade e experiência para dar significado clínico aos dados levantados nestes instrumentos, de forma dinâmica com os demais métodos e técnicas avaliativas utilizadas, em especial com as entrevistas, o exame clínico psicológico e o histórico da demanda. 

                                                                                                              Autor: Manoel Vieira de Carvalho Alencar
                                                                                                                          Psicólogo CRP15/2121