Você já ouviu falar na história do cavalo Hans Esperto? E o que a história deste cavalo tem a nos ensinar sobre a psicologia?

Hans Esperto foi um cavalo que viveu na Alemanha no início do século XX. E que ficou famoso em todo o país por sua incrível habilidade mental para um cavalo.  

Mas o que Hans tinha de especial?

Hans demonstrava habilidades mentais para compreensão e leitura do alemão e, ainda mais notável, fazer operações matemáticas simples. Como calcular, subtrair e/ou somar. Todas as vezes que as pessoas perguntavam ou apresentavam um texto para o cavalo Hans com um problema matemático do tipo “Três vezes Três?”, “Quinze menos cinco”. Hans batia seu casco no chão o número de vezes da resposta correta para problema.  

Os cientistas céticos da habilidade mental do cavalo, passaram a realizar investigações sobre suas habilidades. A primeira comissão científica ocorreu em 1904 e estava convicta de que o caso se tratava de uma fraude. Esta comissão foi chefiada pelo psicólogo Carl Stumpf e outros 13 membros, incluindo um veterinário e, até mesmo, um gerente de circo. Resultado? A comissão não conseguiu descobrir como o cavalo acertava todos os cálculos matemáticos e não identificaram indícios de fraude. 

Mas será que o cavalo Hans realmente tinha uma habilidade mental nunca vista antes para um cavalo? Vale lembrar que o próprio cidadão mediano da Alemanha da época tinha pouco acesso à escola, e a grande maioria nem sabia ler. Mas como era possível que um cavalo pudesse fazer o que Hans fazia?

Finalmente, a solução do mistério. 

Apenas em 1907, uma comissão coordenada pelo psicólogo Oskar Pfuyngst desvendou o mistério.  O psicólogo Pfungst conseguiu demonstrar que o cavalo Hans não tinha incríveis habilidades mentais para matemática. Mas que ele conseguia obter as respostas certas acompanhando atentamente a linguagem corporal e a expressão facial de seus interlocutores.

Hans batia seu casco não chão atento as reações emocionais das pessoas. Quanto mais perto chegava da resposta, mais tensas as pessoas se mostravam.  E ao bater o casco no chão o número de resposta certa, a tensão das pessoas ao redor dava lugar à admiração ou a risos. Assim, Hans sabia que era a hora de parar de bater o casco. 

A história do cavalo Hans Esperto é incrível. E mesmo após a comprovação de que o cavalo não possuía nenhuma habilidade matemática e/ou de leitura. Não podemos dizer o mesmo em relação a sua capacidade para ler e deduzir as emoções humanas. 

Atualmente a ciência da Psicologia já reconhece que as emoções não são características específicas dos seres humanos. Outros animais possuem emoções parecidas com as nossas. Como é o caso da maioria dos mamíferos, como cavalo, gato, cachorro, e, até mesmo, algumas espécies de pássaros.  

E você também acha que os animais podem ter emoções e, quem sabe, até sentimentos parecidos com os nossos?

Manoel Vieira de Carvalho Alencar

Autor do texto. Psicólogo CRP15/2121

Referências 

Harari, Yuval Noah. Homo Deus: uma breve história do amanhã. 1ºed. São Paulo, 2016.

https://www.psicologiaexplica.com.br/o-cavalo-que-nao-sabia-contar/